quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


Já ouvi alguém dizer que quando se ama não é preciso pedir perdão, mas será que isso é real?

Acho que esta afirmação parte do princípio que quando se ama não ofendemos o outro, não magoamos, não erramos e tudo dá certo. Mas, na realidade, não é isso que acontece na vida prática. No dia-a-dia erramos, somos egoístas, queremos as coisas do nosso jeito, ou simplesmente nos sentimos inseguros e guardamos as coisas que pensamos dentro de nós. Às vezes, nem temos coragem de colocar para as pessoas queridas aquilo que sentimos. Ou sentimos medo de magoar e perder a pessoa, ou não acreditamos que o outro vai nos compreender...
Julgamento é uma coisa séria...

E julgar é necessário em todas as situações. Afinal, Deus nos deu o intelecto para usar, para desenvolver a discriminação, que não é uma atitude segregacionista. Ao contrário, discriminar o que é certo e é errado é um passo muito importante na nossa evolução espiritual. Em seguida, o movimento seria fazer escolhas e se posicionar.

Enquanto julgar é uma ação fixa, discriminar o que é correto, do que não é, e agir, é movimento, crescimento e amadurecimento. Algo que em todas as nossas relações devemos enfrentar. Nascemos e vivemos um jeito, mas não devemos morrer da mesma forma. Estamos aqui para evoluir, para aprender com os fatos da vida, para superar nossos limites. E onde aprendemos, senão nos desafios? E onde estão os desafios senão nos relacionamentos íntimos?

Nesta semana, dei algumas orientações no centro exatamente com esse medo de colocar em prática seus aprendizados espirituais. Homens e mulheres já bem conscientes de atitudes necessárias que precisam tomar em suas vidas, mas com medo das conseqüências. Assim estão o tempo todo julgando a si mesmos, culpando-se dos fracassos, mas não agindo. Talvez até tenham dado o primeiro passo desse amadurecimento da consciência que é discriminar o que é certo e errado para suas vidas, mas não conseguem continuar. E continuar requer coragem e força interior. E essa força muitas vezes está minada pela falta de auto-estima, de amor-próprio que nada tem a ver com egoísmo.

Todos nós precisamos nos amar e nos perdoar e não ficar o tempo todo dando justificativas para nossa não-ação, para nossa falta de coragem de colocar limites nas situações e nas pessoas. Entendendo como kármicas nossas relações e justificando nossa pouca coragem como compreensão...

Por que tanto medo? Por que tantas travas? Por que tentar poupar o outro ou a nós mesmos com mentiras?

Explicar demais nossos sentimentos e atitudes confunde. Quantos de nós estão presos a sua falta de ação? Quantos de nós precisam apenas de coragem para tomar uma atitude e bancar suas reais intenções?

Ainda que eu trabalhe com Vidas Passadas e reconheça a reencarnação como uma verdade fundamental na evolução da alma... Esta vida é única. Este momento nosso é singular e cheio de oportunidades de felicidade e aprendizado. Os mestres espirituais ensinam que o nosso maior compromisso ao encarnar é para conosco. Depois vem a família, as pessoas à nossa volta, o trabalho, a posição social...

Encarnamos para amar, para viver nossa luz, nossa verdade... E não para nos justificar, para dar desculpas para nossa pouca ação.







Uma frase de uma amiga, que acho fundamental - Viver é um desenhar sem borracha
( Marily M. B )

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